Valadares dista 11 km da sede do concelho. Confronta como rio Minho, a norte, Sá e Penso (Melgaço), a nascente, Badim, a sul, e Ceivães e Messegães, a poente. São seus lugares principais: Bemposta, Albergaria, Outeiral, Valadares, Cova, Cruzeiro, Portela, Pereiro, Grova e Amiosa. Foi antiga honra e sede de julgado medieval. A primeira menção à terra de Valadares remonta a 1156, numa partilha das rendas da diocese entre o bispo e o Cabido de Tui. Aparece como distinta da sua confinante Penha da Rainha. Pelas Inquirições de 1258 sabe-se que ainda em meados do século XIII. Englobava uma vasta área correspondente a todo o actual concelho de Melgaço mais as freguesias de Messegães, S. João e Santa Eulália de Sá (hoje Valadares), Badim, Ceivães, Segude, Podame, Mou (Riba de Mouro) e Tagilde (Tangil). A falta de uma fortificação - que poderá ser explicada pelo facto de Almansor ter passado em Valadares na incursão que fez a Santiago de Compostela e ter arrasado o respectivo castelo - pode ter estado entre os motivos que levaram D. Afonso Henriques a fazer vila em Melgaço, em 1183, consciente pela certa de que a melhor defesa de uma terra são os seus moradores. Na Idade Média, a quase totalidade das freguesias de S. João e de Santa Eulália de Sá constituíam a honra homónima, que fora ,de D. Mendo Afonso, que, por sua vez, a vendeu a D. Paio Dias. Os administradores da terra entre os séculos XII e XIV deram origem à estirpe da Valadares, a partir do prócer afonsino D. Soeiro Aires, a quem o primeiro rei concedera o couto de S. Vicente. Ainda no século XV, é em S. Paio (de Paderne) que se situa a câmara do arcebispado, isto é: a sede do arcediagado, mas o crescimento de Melgaço vai fazer esta vila talhar um alfoz próprio, que o foral manuelino sancionou. A terra de Valadares viu serem-lhe retiradas as paróquias ribeirinhas do rio Minho a leste de Penso. Por isso, porque em Valadares não havia vila nem cortes, no século XVI a sede do concelho foi transferida para a paróquia de Santa Eulália de Sá, que a partir de então recebeu a nova denominação. Com o fim do instituto administrativo das terras, a partir de D. Dinis, Valadares tornou-se também concelho, ao qual D. João II deu foral em 1417, confirmado por D. João II em 1487 e reformado por D. Manuel em 1512. Foi a partir do século XVI que a sede do concelho se instalou na freguesia de Valadares. O concelho de Valadares foi extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855, perdendo então muitos dos seus privilégios e incorporando-se no concelho de Monção.