Cambeses confronta com Monção e Troviscoso, a norte, Parada e Moreira, a sul, Longos Vales e Sago, a nascente, e Mazedo e Pinheiros, a poente. São seus lugares principais: Sende, Milagres, Carregal, Grandal, Casa Nova, Mende, Outeiro e Outeirinho, Coto, Cerdeiras e Requesende. O topónimo Cambeses provirá da palavra “Camba” que poderá significar terra de proveniência dos povoadores, ou então, terá o sentido de “mó manuária, moinho de pão”. Certo é que, na doação do rei Bermudo II a Compostela (991), já figura como "villa de Cambeses". A antiga freguesia de S. Salvador de Cambeses foi constituída nos primórdios da nacionalidade. Administrativamente, depois de ter pertencido ao termo da Penha da Rainha, passou a integrar o actual concelho de Monção. Terra fértil, excelente produtora de vinho, cereais, azeite, feijão e hortaliça, em tempos não muito recuados deverá ter conhecido um considerável desenvolvimento, atestado na realização da feira aos 11 de cada mês. A igreja paroquial é referida já nas inquirições de 1258, como não sendo do padroado real. Ponto de visita obrigatória na freguesia é o santuário de Nossa Senhora dos Milagres. A sua edificação remonta ao século XVI (entre 1595 e 1602) tendo sido fundado pelos Pereiras de Castro, da casa do Sopegal, em acção de graças por milagre recebido por um filho do morgado. Na frontaria da capela está uma pedra de armas, escudo oval esquartelado, com os campos Pereira, Costa, Velho e Taveira. Por baixo desta, três nichos com as imagens de Nossa Senhora, S. Mateus e S. João Evangelista. Na parede nascente, um escudo português esquartelado, com os nomes de Pereira, Lobato, Castro e Lanções e um azulejo com a imagem de Nossa Senhora, com a seguinte inscrição: "1940 - Virgem Maria Senhora Nossa foi concebida sem pecado original". Nos cantos superiores desta parede, as imagens de S. Pedro e S. Paulo. O interior do templo é riquíssimo: quadros de grande valor do primitivo retábulo, magníficos altares em talha barroca e precioso relicário. O tecto é em caixotões pintados com cenas da vida de Nossa Senhora. A capela-mor é coberta com caixotões de pedra. A capela lateral ostenta um retábulo em talha dourada com os doze apóstolos e figuras relevadas. Cobre-a um tecto de caixotões de madeira pintados com cenas da vida de Cristo. A todo este fausto não será estranho o facto de que - segundo Carlos Alberto Ferreira de Almeida no seu "Alto Minho" - "durante a Época Moderna a fama do santuário não deixou de crescer. E no século XVIII a poderosíssima Confraria da Senhora tinha mais de 70000 irmãos". Facto curioso: num templo consagrado à Senhora dos Milagres, com festa a 8 de Setembro, a maior devoção de hoje pertence a Santo Amaro. Ainda nos Milagres, em frente ao santuário existe um cruzeiro, dos inícios do séc. XVII, todo em granito, erguido pelo Vigário da freguesia – Sebastião Álvares.A coroá-lo, a imagem da Senhora da Piedade e, na outra face, a do Senhor dos Aflitos.