Apesar de não existirem documentos que permitam saber desde quando se verificou o uso medicinal das águas de Monção, já em 1706, o Padre Carvalho da Costa falava delas na sua Corografia Portuguesa: “a um tiro de mosquete da vila para nascente, perto do rio, nasce um olho de água quente a que chamam Caldas, em que lavam roupa, poucos se ajudam delas para banhos, tendo-se experimentado serem mui medicinais”.
Em 1726, Dr. Francisco da Fonseca Henriques, no Arquilégio Medicial, que é o primeiro inventário de hidrologia do país, descrevia-as assim: “estão as caldas junto às muralhas da Vila de Monção, na margem do Rio Minho, que por ali corre cobrindo e inundando quando enche, grande número de nascentes quentes, que é de crer tenham a mesma natureza que a dos banhos das Caldas. As caldas têm um tanque com escadas por todos os lados, para comodamente entrarem nele os que tomam banhos. E também o cobre quando cresce e o enche de lodo. São de grande utilidade para curar paralisias, reumatismos, gota e laxidão de nervos”.
Em 1801, surgiu o primeiro balneário, embora muito rudimentar, como resultado de uma dádiva. Um doente transmontano, António da Silveira, depois Visconde da Silveira, em gratidão pelas grandes melhoras que nas ditas águas achou para os seus sofrimentos, doou a quantia de 100 reis, com o que se conseguiu construir o primeiro balneário: a Terma de Pedra.
“Estabelecimento sem condições higiénicas, com 3 tanques de pedra semi-cobertos e o restante a descoberto para a extração e enchimento das pipas que se transportavam para o banho, para as habitações da vila”. Consta que, nesse mesmo ano, o cônsul de Inglaterra em Viana do Castelo, Ricardo Alen, mandou construir um edifício junto à nascente de S. Lázaro. Este edifício foi restaurado em 1843.
Em 1807, foi conhecido o “Banho Fresco ou Banho dos Bateis”, junto à nascente de S. Bento, que “não tendo edifício próprio apresentava um taque arruinado”. Em 1819, foi colocado outro tanque sob uma forte nascente: a de Santa Maria dos Anjos. “Este alimentava os banhos temperados que estavam em barracas de madeira que se removiam na época das cheias”.
Em 1867, o balneário das Caldas de Monção era “um edifício pequeno e pouco asseado, quase sem luz e mal repartido de ar, tinha oito banheiras e cada par era separado por um compartimento. Os banhos temperados tinham quatro compartimentos, com duas banheiras cada um. O banho inglês tinha só uma banheira”.
O primeiro alvará data de 1895. No início do século XX, foram introduzidas importantes modificações no estabelecimento termal. Há registo de obras de ampliação realizadas em 1908. Em 1911, o Dr. Manuel Evangelista da Silva apresenta como instalações o edifício principal com dois pavimentos, um junto à nascente de S. Lázaro e S. Bento e um chalé de madeira e um pavilhão de ferro na nascente de Santa Maria dos Anjos. Vistorias realizadas, em 1921 e 1923, não registam significativas modificações.
A Câmara presidida pelo monçanense Dr. António Pinho (1926-1933) procede a apreciáveis obras de beneficiação, promove a demolição dos barracões de madeira, tudo conducente à transformação das antigas instalações num estabelecimento termal adaptado aos tempos modernos. Em 1939, há registo de serem realizados alguns melhoramentos no balneário.
Em 1995, a autarquia suspende a atividade termal. Nesse mesmo ano, avança para a construção de um novo balneário, a escassos metros do anterior. O conceito é fazer a ponte entre o passado e o futuro, aliando a saúde ao lazer, a cura ao repouso. Em 2001, o novo balneário termal é inaugurado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio. Desde Junho de 2008, a gestão é assegurada pela Tesal, uma das empresas com maior número de unidades termais e SPAS no país vizinho.