Eucaristia e Procissão Solene
Pela liturgia, a igreja celebra todos os anos, na quinta-feira depois da Oitava do Pentecostes, uma festa em honra do mistério da eucaristia. Denominada “Corpus Christi”, a festa viria a ser, universalmente, aceite, pensando-se que, em Portugal, teve lugar no reinado de D. Afonso III, ainda sem procissão. Esta viria a incorporar-se no tempo de D. João I, já com a presença de um cavaleiro, personificando o Padroeiro do Reino - S. Jorge.
A procissão, que se mantém até aos dias de hoje, representava um acontecimento em todo o território nacional, sendo uma solenidade muito respeitada e participada, onde as figuras mais representativas estavam presentes. Na capital do país, cabia ao Rei e aos Príncipes segurar as varas do Pálio, debaixo do qual o Patriarca conduzia a custódia.
Monção acompanhou a celebração do Corpo de Deus ao longo dos séculos, mantendo todo o esplendor religioso próprio de uma grande festa. Na procissão, tomam parte todas as Cruzes e Pendões das paróquias que formam o arciprestado de Monção, com as respectivas irmandades a distinguirem-se pelo colorido das opas.
Dado o apego à terra da população local, o nosso concelho não dispensa também a presença do chamado Boi Bento, animal enfeitado e bem tratado, que vai na procissão, homenageando o grande 'companheiro' das lides da lavoura que, durante séculos, ocupou grande parte da população da região minhota. Após o percurso pelos lugares do costume, a procissão recolhe à Igreja Matriz e o povo desloca-se em massa para o Anfiteatro Natural do Souto, onde terá lugar o torneio entre as forças do bem e do mal (da virtude e do pecado). O povo dispõe-se em redondel, enquanto o cavaleiro S. Jorge, representando o bem, e a horrenda figura de um dragão conhecido por Coca, representando o mal, tomam posições.