As “Roscas de Monção” é um dos doces premiados no concurso “7 Maravilhas Doces de Portugal”. Com esta distinção, Monção passa a ser o único concelho do país com a mesa toda premiada (sopa, vinho, prato principal e sobremesa), no âmbito das 7 Maravilhas de Portugal®, projeto que, desde 2007, promove a Identidade Nacional.Do ponto de vista sociológico e económico, a preservação da produção das "Roscas de Monção" é de primordial importância, não só pelos aspetos diretos e indiretos relacionados com a criação e/ou manutenção de postos de trabalho, como também, pela garantia dada ao consumidor da compra de um produto tradicional e de qualidade assegurada.
Um Segredo com HistóriaFalar em doçaria de Monção é falar da sua história e inequívoca ligação aos ancestrais mosteiros, que aqui havia, e de onde advém grande parte dos doces, ainda hoje feitos para deleite de todos, em dias de festas e romarias.
As "Roscas de Monção", doce típico deste concelho raiano, apresentam-se sob a forma de argola e são, maioritariamente, aglomeradas em torres/castelos e cobertas de calda de açúcar. Com muitos anos de existência, há ainda alguns exemplos de monçanenses que preservam a tradição da sua confeção.A Receita AncestralA receita das "Roscas de Monção" é um segredo bem guardado nas famílias de rosqueiras monçanenses. Feito por poucas, este doce genuíno requer mestria na junção dos ingredientes e, mais ainda, na colocação do açúcar no ponto, para cobrir as argolas que, anteriormente, são cozidas em forno de lenha.A massa é feita com farinha triga e água, à qual se junta açafrão/canela em pó/essência de anis, sal e açúcar, ficando a levedar durante duas a três horas. Passo seguinte, as mãos experientes das rosqueiras moldam as roscas e colocam-nas em tabuleiros polvilhados de farinha triga para não "apegar". Vão ao forno de lenha, com porta sempre aberta, até alourar. No final, já arrefecidas, levam cobertura de açúcar refinado.
Amassar, enrolar, colocar na torteira e levar ao forno são alguns dos rituais repetidos, semanalmente, que podem começar às 04h00 da manhã e terminar às 19h00m. Mas não há reclamações, o trabalho é feito com gosto.De Geração em GeraçãoPerdendo-se na memória de quem confeciona, a confeção das "Roscas de Monção" tem passado de geração em geração, sendo, atualmente, realizada por apenas quatro rosqueiras do concelho. Por esta razão, o Município de Monção pretende valorizar este património único da gastronomia tradicional e passar a "arte de confeção" às novas gerações, de forma a perpetuá-la.A Sobremesa PerfeitaNão há festa ou romaria monçanense que não tenha mesa farta, recheada de deliciosos manjares e sobremesas difíceis de resistir. Muitos destes carregados de tradições e história, como é o caso do "Cordeiro à Moda de Monção", e sempre bem acompanhados pelo nosso mui nobre vinho Alvarinho.
As "Roscas de Monção" são o doce que melhor se harmoniza com a Gastronomia Monçanense e os aromas do nosso Alvarinho, produzido na sub-região de Monção e Melgaço, umas das mais antigas sub-regiões vitivinícolas de Portugal.
O seu sabor inconfundível e a sua textura única fazem com que não se resista a saborear somente uma rosca, ainda mais quando acompanhada por um refrescante e autêntico copo de Alvarinho, num ambiente de festa com amigos e familiares.Em Festas, Romarias e FeirasSegundo quem as faz com amor e dedicação, as Roscas de Monção estiveram, desde sempre, associadas a festas e romarias, sendo que, nas últimas gerações, também têm sido preparadas, semanalmente, para serem comercializadas na feira semanal de Monção.
Nos dias festivos e à quinta-feira, dia da feira semanal, verifica-se a presença de várias “rosqueiras” nas ruas de Monção, apresentado esta doçaria sobre panos de linho, em grandes cestos de vime, e vendendo-a à unidade ou em grupos de 6 ou 12.