Origens do AlvarinhoComo se passou dos maduros de Monção, de cor ruburescente e tinta, afamados e procurados, para o alvo e bem conhecido Alvarinho?
Segundo Huetz de Lemps, a casta de Alvarinho é uma das mais antigas do Noroeste Peninsular, tendo sido identificadas, na Galiza, videiras de Alvarinho com mais de 300 anos.
Nas Memórias Paroquiais de 1758, no capítulo referente à Paróquia de Longos Vales, refere-se à plantação de vinho branco em cepa, sem nunca haver menção ao nome da, ou das, castas aqui produzidas.
Em 1780, Constantino Botelho de Lacerda Lobo, na sua obra “Viticultura Moderna em Portugal”, refere cerca de 20 “qualidades” diferentes de uva branca para “fazer vinho”, assim como, o cuidado que já haveria na escolha e tratamento dessas castas que, embora em menor quantidade (relativamente às castas tintas), já teriam um papel importante, dada a sua excelente qualidade.
Em Alvaredo, antiga paróquia de Valadares, pertencente à Vigararia do Mosteiro de Longos Vales, produzia-se, no século XVIII, logo a seguir ao milho, o vinho a que chamavam Alvarilhão. E em Cambeses produzir-se-ia o melhor vinho da Província.
A qualidade e a procura dos vinhos desta região levaram alguns “homens da terra” a pedir a criação de uma Sociedade Pública de Agricultura da Província do Minho. A recusa deste pedido, por parte do Estado, leva a que estas pessoas se tenham empenhado, ainda mais, na procura de castas alternativas às produzidas na região do Douro. Castas estas que, se evidenciassem pela qualidade e diferença, valorizando uma região e um povo que, desde sempre, se dedicou a esta atividade.